Uma homenagem a Pernambuco

A história do caderno Sabores, da Folha de Pernambuco, começou há cinco anos, com o pioneirismo de uma ideia e a antena ligada para o mercado gastronômico ao redor. Pernambuco crescia. Sua gastronomia despontava no cenário nacional com uma dedicada e talentosa geração de cozinheiros, pesquisadores e estudantes que apostavam que os alimentos diziam muito da cultura do, no passado, chamado de Leão do Norte. Restaurantes pululavam nos quatro cantos do Recife e, nós, pernambucanos começávamos a compreender a comida de forma diferente, mais madura até.

Mais madura também começava a ficar a imprensa local voltada ao tema. Foi diante desse contexto fértil, e promissor, mas ainda carente de um espaço 100% dedicado ao tema "Culinária pernambucana", que a pesquisadora Lectícia Cavalcanti pôs em prática uma vontade antiga - publicar um suplemento semanal exclusivo. Assim, em março de 2006, surgia Sabores, sob o aval dessa profissional que é um dos principais nomes quando se fala em cozinha típica de Pernambuco, suas raízes e sua evolução. Com ele, não somente os leitores da Folha ganhavam mais uma opção de leitura, mas a imprensa do Nordeste, um produto pioneiro - pois até aquela data, nenhum jornal havia conferido tanto espaço para os temperos e ingredientes nordestinos. Sabores era, pois, o primeiro suplemento exclusivo de gastronomia de todo o Nordeste. E já se vão cinco anos em que todos os sábados enriquece a leitura e a mesa dos leitores pernambucanos.

Pois, nesse 19 de março de 2011, é hora de comemorar à altura esse nascimento. E a festa não poderia ser de outra forma que não em torno de uma generosa mesa temperada pela paixão que move a equipe desse projeto especial. Elegemos seis ingredientes originalmente pernambucanos, alguns já nossos velhos conhecidos, outros praticamente desconhecidos, mas todos capazes de traduzir a essência da cozinha do Estado. Fomos a Afrânio conhecer o exclusivo doce de leite, quase branco, produzido apenas lá. Visitamos as águas do rio São Francisco e enredamos o cari, um peixe ainda subjugado pela gastronomia local, mas que é conhecido por não menos como a lagosta do Velho Chico, por ter carne extremamente branca e tenra. Pegamos o bode pelo chifre, lá em Sertânia, polo criador para melhoria genética da espécie. Visitamos a produção de um dos mais típicos produtos, o queijo coalho, nos municípios de Arcoverde e Venturosa. Não ficou de lado o emblemático caranguejo, animal que representa exemplarmente a relação simbiótica entre homem, habitat e necessidade. Conhecemos as casas de farinha em Feira Nova e os personagens rurais que dão vida ao cultivo da mandioca e criação dos seus derivados tão habituais nas mesas nordestinas.

Fica, então, nosso convite para acompanhar os registros de tudo o que encontramos em um mês de viagem, nesse site especial compartilhamos a emoção de ter ido tão a fundo numa cutlura surpreendente, e saborear cada linha escrita, cada imagem captada, cada tempero provado. Entre em nossa festa. Esse cheirinho bom é de bolo saindo do forno.

Vanessa Lins
Editora do caderno Sabores

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